Angola é um país pluri-étnico e multicultural, cuja identidade se foi
forjando ao longo de séculos de uma história conflituosa, feita de
trocas socio-económicas, biológicas, culturais e linguísticas entre
intervenientes de muitas origens, alguns deles provindos de fora do
continente. Tudo isto conformou uma sociedade sui generis,
mesmo no contexto dos outros países africanos colonizados por
Portugal, em que coexistem povos de diferentes características e de
diferente nível de desenvolvimento, mais abertos uns, sobretudo os de
cultura urbana, a todas as inovações e influências vindas do exterior
e outros, mais confinados ao mundo rural, conservando practicamente
intactas as suas tradições e formas de vida, com línguas próprias e
com comportamentos e práticas sociais perfeitamente diferenciáveis no
quadro nacional.
Povos e Línguas
A população
de Angola esta dividida na sua maioria por três grupos étnicos:
os ovimbundos (37%), os kimbundos (25%) e os Bakongo (13%).
Outros grupos incluem os Chokwe- Lunda, Nganguela, Nyanyeca, Ambo, Herero, e Tchindonga entre outros.
Outros grupos incluem os Chokwe- Lunda, Nganguela, Nyanyeca, Ambo, Herero, e Tchindonga entre outros.
A língua
oficial de Angola é o português, mas o país orgulha-se de ter por
volta de 60 línguas tradicionais.
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Bakongo (Quiconcos)
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Ambundu (Quimbundos)
- Ovimbundu (Umbundos)
- Nyanyeka (Lunhanecas)
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Herero (Xihereros)
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Ambo (Xicuanhamas)
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Tchindonga ((Xindongas)
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Koisan
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Ngangela (Ganguelas)
- Tchokwe-Lunda (Quiocos)
Estilos Musicais
Rebita
Rebita É um gênero de música e dança de salão angolano que demonstra a vaidade
dos cavalheiros e o adorno das damas. Dançada em pares em coreografias
coordenadas pelo chefe da roda, executam gestos de generosidades
gesticulando a leve cidade das suas damas, marcando o compasso do passo
da massemba . O charme doscavalheiros e a vaidade das damas são
notórios; enquanto dança se vai desenvolvendo no salão as trocas de
olhares e os sorrisos entre o par são freqüentes. É dançada em marcação
de dois tempos, através da melodia da música e o ritmo dos instrumentos.
Kuduro |
Recentemente, o Kuduro tornou-se um fenómeno musical em todos os países de língua portuguesa, assim como em outras partes do mundo , principalmente após o lançamento dos hits Vem Dançar Kuduro e Danza Kuduro, dos cantores Lucenzo e Don Omar.
O kuduro surge em finais dos anos 80, primeiro como uma dança e com o passar do tempo evoluindo para um género musical, estilo house africano em que se mistura elementos electrónicos com o folclore tradicional, feito pelo povo mais pobre de Luanda e com os meios precários que dispunham. A musica é peculiar no uso de breaks e funk muito utilizados nos anos 80 para criar melodias, mas utilizando loops e letras explícitas, que acabam por ser um reflexo de boa parte da população .
O nome da dança referia-se a um movimento peculiar em que os dançarinos parecem ter a "bunda" dura, simulando uma forma agressiva e agitada de dançar como os golpes de Van Damme, que segundo Tony Amado, auto-proclamado criador do Kuduro, foi de onde surgiu a ideia da dança, depois de o mesmo ver o filme de 1988, de Jean Claude Van Damme, Força Destruidora (Bloodsport), em que ele aparece num bar, todo bêbado, a dançar com um estilo muito rijo e pouco habitual para aquela época .
As letras caracterizam-se pela sua simplicidade e humor. São geralmente escritas em português, e muitas vezes com algum vocabulário de línguas angolanas (por exemplo, kimbundo).
Semba |
O cantor Carlos Burity defende que a estrutura mais antiga do semba situa-se na massemba (umbigada), uma dança angolana do interior caracterizada por movimentos que implicam o encontro do corpo do homem com o da mulher: o cavalheiro segura a senhora pela cintura e puxa-a para si provocando um choque entre os dois (semba).
Jomo explica que o semba (género musical), actual é resultado de um processo complexo de fusão e transposição, sobretudo da guitarra, de segmentos rítmicos diversos, assentes fundamentalmente na percussão, o elemento base das culturas africanas.
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